Já em casa Anahí repreendia internatamente. Como ela fora
capaz de pensar que podia dar conta de alguma coisa? Desde que fora morar com
Maite, ela tomava todas as responsabilidades para sí, deixando para Anahí
apenas a parte de colher os frutos.
A mãe de Anahí morreu em um trágico acidente de carro
junto com seu segundo marido, o pai de Maite. Na época o estado procurou, em
vão pelo pai dela, mas era como se tivesse sumido do mapa. Sem ter niguém que
cuidasse de Anahí e com a ameaça iminente de ser posta para adoção, Maite se
compadeceu de sua meia-irmã e ao custo de
seu futuro, largou a faculdade e
arranjou um emprego de garçonete,onde conheceu Yahiro Makamoto, vindo a
se casar com ele seis meses depois. Maite e Yahiro foram como verdadeiros pais
pra ela, e apesar de não terem nenhum laço sanguineo, para Anahí, Maite era sua
familia, a pessoa mais importante para ela.
Anahí deitou na cama sentindo-se arrasada. Era sempre
assim. Sempre que ela tentava ajuda Maite em algo ela sempre metia os pés pelas
mãos, por isso sua irmã nunca tinha confiaça nela. E a prova que ela queria de
que podia cuidar do restaurante foi por água abaixo, quando mais uma vez ela
fez tudo errado.
Ela tinha vontade de sumir!
Anahi passou a noite em claro e ouviu quando sua irmã
chegou em casa, ainda era cedo, seis da manhã. Ouviu May usar o chuveiro e
depois o nada significou que ela estava dormindo. Anahí até que pensou em ir ao
quarto da irmã e contar o que fizera ao restaurante, mas era covarde demais
para isso, ao invés disso, se encolheu mais nas cobertas e sem perceber,
adormeceu.
No sono ela ouvia o telefone tocar, chamando-a de volta a
realidade. Olhou ao redor e percebeu que o quarto estava na mais completa
penumbra, procurou o despertador, confusa com o horário.
—DEZ DA NOITE! –Anahí deu um pulo na cama.
Como era possivel que ela tivesse dormido tanto? Porque Maite
não a acordara? Ela já estava atraasada quatro horas pro seu turno no
restaurante! Levantou-se correndo da cama e só então percebeu que o telefone
continuava a tocar. Atendeu num rompante, tropeçando nas pernas da calça jeans
que tentava vestir.
— Já ia chamar a polícia pra avisar de sua morte.
—May!
— Eu viajo e é você que se enrola com o jet leg?
— Desculpe, acho que dormi um pouco mais da conta.
— Um pouco mais da conta? Você desmaiou. Pssei no seu
quarto umas cinco vezes pra ver se você estva viva antes de vir pro
restaurante. –O restaurante! Anahí se repreenseu. May já estava lá e já vira a
porcaria que ela fizera e Anahí nem tiera a descencia de contar pessoalmente a
irmã.
— May, sobre o restaurante... –Ela parou, procurando as
palvras certas para dizer, mas sua mente falhou miseravelmente.
— O natal ao redor do mundo? Foi uma idéia brilhante! –Anahí
ficou sem palavras enquanto Maite explicava o evidente sucesso de sua decoração
bizarra. –Então, aquela combinação de natal com hanukkah ficou bem extranho,
mas algumas pessoas gostaram, vai saber...Enfim, vou descontar suas horas de
atraso do seu sálario....
Anahi bateu o telefone no gancho sem se despedir e foi
corendo se arrumar. Ela até podia ser a irmã da dona, mas lá no restaurante,
maite a tratava igual que todos.
Chagando ao restaurante, Anahí se surpreendeu ocm o
sucesso que aquela diversidade havia causado.
— Dou meu braço a torcer Cachinhos Dourados. –Dulce se
aproximou com uma bandeja na mão com panquecas de batata, umas das comidas
típicas do hanukkah. –Dessa vez você acertou. –Ela dedicou um breve sorriso a
Anahí e foi entregar o pedido.
Anahí olhou pra sua meio amiga e meio inimiga e se
impressinoucom o tamanho da importancia que dava para a opinião dela e sorriu
para si mesma, sentindo a amizade de Dulce naquela noite, porque Anahí tinha
certeza de que tregua não duraria muito. Pra nenhuma das partes.
Foi para o quarto reservado para os funcionarios para se
trocar e vestir o uniforme, mas não sem antes dar uma espiadinha em seu
adorável tormento, que junto com Christopher e mais quatro ajudanes davam vida
a cozinha do restaurante.
Tudo estava na mais perfeita ordem, Anahí pensou enquanto
colocava o avental, só faltava convencer May a não descontar seu atraso no
sálario, mas isso já era assunto pra outra historia.
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