quarta-feira, 1 de abril de 2009

Esta foi a minha primeira web novela! que ja chegou ao fim!
postarei agora uma de terror, que tem um pouco de romance.
eh AyA e DyC espero que gostem.
ஐღ Any, anjo de cristal {epílogo} ღஐ




Any caminhava de um lado para o outro no hall, estava muito impaciente. Poncho rodeia os braços pela cintura dela.
Poncho: assim você vai fazer um buraco no chão amor.
Any: eu estou nervosa, por que será que eles demoram tanto? Já era pra terem chegado. Como será que eles estão? –disse voltando-se para poncho e encostando a cabeça em seu peito. –já faz tento tempo que não os vemos
Poncho: já faz dois anos pra ser mais exato.
Any: Dulce e seus presentes exagerados. Onde já se viu? Presentear o filho de dezoito anos com uma viajem pelo mundo somente por que terminou os estudos.
Poncho: você sabe que isso fora apenas um pretexto pra ela e ucker terem uma segunda lua de mel. E quando a Amber Lilly também terminar os estudos vamos fazer o mesmo. O que você acha? –dando vários beijos no rosto de any.
Any: eu acho encantador. –poncho e any se beijam, mas são interrompidos por Amber Lilly.
Amber Lilly: ai! Mais que casalzinho apaixonado! – disse sorrindo enquanto descia as escadas. Amber tinha agora dezesseis anos e era a copia fiel da mãe, mas possuía o humor e o caráter do pai. –mamãe quero pedir-lhe uma coisa.
Poncho: era de suspeitar todo esse animo. –brincou.
Amber Lilly: falo em sério. –fez uma careta para o pai e logo voltou-se para any. - Mamãe sem querer ofender, mas esses jantares que a senhora organiza sempre são muito chatos para jovem como eu e o Dylan. –soltou seu sorriso mais doce, ao que era destinado aos pais sempre que lhes pedia algo difícil de ser concedido. –então eu estava pensando, que se não seria melhor eu levar o Dylan para um passeio para conhecer a cidade.
Poncho: valeu a tentativa Amber, mas Dylan nos visita uma vez por ano desde criança, ele já conhece a cidade muito bem.
Amber Lilly: mas papai...
Any: deixa poncho, ela têm razão por que não deixa ela ir se divertir um pouco, Dylan é bastante responsável saberá tomar conta dela.
Poncho: ta. Mas só se...
Amber Lilly: obrigado papai. –o interrompeu antes que ele viesse a dizer algo mais e pulou em seus braços.
Poncho: não terminei mocinha. –eles escutam um som de motor parando frente a casa.
Amber Lilly: salva pelo gongo. –suspirou. Dulce, Ucker e Dylan entram no hall interrompendo a conversa.
Any: eu estava com tantas saudades de vocês. –aproximando-se para abraçá-los.
Dulce olha para Amber e se surpreende em como a garota havia crescido em tão pouco tempo.
Dulce: ora, ora. Minha sobrinha esta muito linda está a cara da tia. –todos riram do comentário.
Amber Lilly: obrigada tia Dulce. –sorri e voltasse para Dylan. –lhe tenho uma surpresa.
Dylan: boa ou má? –perguntou desconfiando, sempre que Amber lhe aparecia com aquela cara algo estava armando que possivelmente o levaria a uma grande encrenca. Amber reconheceu o vacilo dele e disse.
Amber Lilly: total e completa aprovação dos meus pais.
Poncho: espero não me arrepender disso.
Amber segurou e o braço de Dylan e puxou para a saída.
Amber Lilly: vamos a um restaurante. –falou em alto tom para que todos escutassem.
Dylan: você não ta falando serio não é? –cochichou no ouvido dela, demonstrando total frustração ante aquela idéia.
Amber Lilly: claro que não. –disse quando já estavam fora de casa. –vamos a uma boate.
Dylan: essa é minha prima!
Quando Amber e Dylan saíram Poncho e Any guiaram Dulce e Ucker para a sala de jantar. Após um agradável jantar. Dulce e ucker foram dormir,fora uma longa viajem, Amber Lilly e Dylan ainda não haviam retornado, embora todos soubessem que aquela saída só ia ter fim no dia seguinte. Poncho convidou any para um passeio pelo jardim.
Any: amor agora a minha família esta completa.
Poncho segurou-lhe o rosto com uma das mãos e com a outra brincou com uma mecha de cabelo que insistia em cair sobre o rosto dela.
Poncho: eu te amo
Any: eu também
Poncho: para sempre, além da vida.
Any: alem da morte
Poncho: meu anjo. –ele a beijou docemente lhe acariciando os lábios.
Any: não sou anjo. –protestou fazendo uma careta.
Poncho: é sim, é meu anjo. Meu anjo de cristal.
Any tentou replicar o comentário, mas ele tomou seus lábios novamente com um beijo mais ávido fazendo-a esquecer de tudo e se perder em seus braços.
Na semana seguinte poncho a presenteou com um enfeite de estante. Um bibelô. Um anjo de cristal.
Any: por que isso?
Poncho: é o símbolo do meu amor por você.
Any: Ah! –sorriu ironicamente. –frágil como o cristal?
Poncho: não. –contestou. –singelo como um anjo e puro como o cristal.


FIM
ஐღ Any, anjo de cristal parte XV ღஐ


Any estava em seu quarto de hotel, estava decidida a ter a nova vida que tanto ansiava, até que escuta alguém batendo na porta, seguramente era Dulce, prometera passar por La esta tarde com Dylan.
Any: pode entrar dul esta aberta. –gritou do banheiro, estava terminando de se maquiar. Escutou os passos se aproximarem e se deterem a soleira da porta.
Poncho: não sou Dulce. –any se mortificou com o poder que aquela voz masculina possuía em seu corpo.
Any: o que faz aqui? –tentou aparentar uma calma que não possuía. Sentia saudades dele, tanto que lhe doía. Mas ele não lhe pertencia mais, ela se convencera de que poncho merecia alguém melhor. Deixou esse pensamento assomar sua mente por meses, o deixaria, pra que ele encontrasse uma mulher digna de seu amor, e que não tivesse o passado tão sujo que ela possuía, que a marcaria como uma mancha negra para sempre.
Poncho: quero te ter de volta any. –céus como ansiava por escutar isso. Era tudo o que mais queria tê-lo de volta e esquecer o passado, mas não podia.
Any: não posso poncho. –any lutou contra as lágrimas, não choraria mais, foi essa a promessa feita a seis messes atrás, não mais, nunca mais. –o de nós é impossível.
Poncho: por quê? –continuou com seu de voz inalterável. Ele exigia resposta que ela não podia explicar.
Any: não vê que somos diferentes poncho...
Poncho: sim eu vejo. –a interrompeu. –as diferenças são notáveis eu sou um homem e você é uma mulher, mas também temos algo em comum. –ele caminhou até ela, segurou seu rosto com as mãos e se aproximou mais até sentir a respiração entrecortada de any. –eu te amo e sei que você também me ama.
Any: isso não é suficiente. –sussurrou.
Poncho: então diga que não me quer mais. –poncho beijou-lhe a face fazendo caminho até a boca de any. –diga-me que não me deseja e eu me irei para sempre e jamais voltarei a te procurar. –ele intercalava entre uma palavra e um beijo. Contornou os lábios dela com a língua em movimentos delicados. Ela conseguiu abrir a boca o suficiente para murmurar uma suplica.
Any: poncho... –ele afastou-se apenas o suficiente pra falar.
Poncho: quer que eu pare?
Any: não.
Aquele foi o convite pelo qual poncho estava esperando, e possuiu a boca de any com um beijo possessivo e exigente, como um sedento corre a fonte à procura de água. Ele explorou cada canto da boca dela que não apresentou nenhuma resistência, dando-lhe tudo em uma entrega total.
Poncho: fique comigo any. Esqueça o passado, vivamos o presente e deixe que tenhamos um futuro juntos. –poncho percebeu que any ainda não estava convencida de tudo.
Any: ainda quero saber de uma coisa. –disse seriamente. –poncho era você que me mandava dinheiro todos os meses?
Poncho: quem pensou que fosse? Mesmo que fosse de longe, jamais te perdi de vista. Sempre cuidarei de você meu amor.
Any: oh! –soltou um gemido quando poncho se aferrou a sua boca possuindo-a novamente, fazendo-a esquecer de tudo e fazendo-a navegar por um mar de sensação que a muito any desejava voltar a sentir.
ஐღ Any, anjo de cristal parte XIV ღஐ





Quatro meses depois any teve alta da clinica, sentia-se bem, finalmente estava livre, sabia que nessas coisas sempre se podem haver recaídas, mas não se importava. Ela havia aprendido uma dura lição com tudo o que se passou e não queria voltar a repeti-la. Se preparou para a viajem logo que pode. Concertar as coisas com Dulce havia se tornado sua prioridade. Não sabia por que, mas seu coração sempre a encaminhava até Dulce. Ansiava percorrer os quatro cantos do mundo se fosse preciso em busca de Poncho, mas sempre que pensava nisso sua mente se fixava em Nova Iorque. Era como se algo a chamasse naquele lugar. Sentia uma forte força a puxando para aquela cidade. Any nunca foi muito intuitiva, mas dessa vez tudo o que possuía eram seus instintos. Por isso deixou-se levar por eles e embarcou assim que pode para Nova Iorque.
Registrou-se em um hotel, onde passou uma noite quase que imperceptível, sentia-se tão cansada da viagem que apenas se teve tempo para banhar-se e cair na cama. Acordou as 9:00 hrs. Do outro dia, ainda senti-se meio confusa pelo fuso horário, mas se levantou, se permitiu tomar um rápido café da manhã, pegou um táxi e entregou o endereço que Dulce lhe havia dado de sua habitação, já havia tempo. O taxi parou frente a uma suntuosa casa. “só mesmo o Ucker.” Pensou. “diz que não quer viver do dinheiro de seus pais, mas vive em uma bela mansão que com certeza o salário de detetive não pagaria nem a cara maçaneta da porta de entrada.” Soltou leve riso e se dirigiu a entrada.
Ucker estava na sala a ver uma partida de futebol. Era domingo, seu dia de folga, Dulce sempre ia ao parque com Dylan pelas manhas, por isso adorava ter todo o seu tempo voltado para o jogo, quando a campainha toca.
Ucker: mas que droga! Justo agora! –segue em direção para atendê-la. Abre a porta e vê any, a mulher que quase arruinara a vida e em troca quase lhe arruína a sua. –o que você faz aqui? –indagou furioso. Dulce a adorava, mas any já a fez sofrer bastante com essa historia de vive La vida loca.
Any: vi... vim falar com Dulce. –gaguejou. Sentia-se intimidada frente a ele, como a muito não se sentia.
Ucker: any, por favor, vá embora. Não a faça sofrer mais do que já o fez.
Any: por favor, ucker, dê-me outra chance para tentar concertar as coisas, lembro-me uma vez que te dei uma segunda oportunidade, não me negue agora esse direito.
Ucker afastou da porta para deixar any entrar, a guiou até a sala e lhe indicou sofá para que se senta-se. Fez-se um enorme silencio entre eles, como ucker não pareceu que tinha algo a dizer any começou.
Any: todo esse tempo ucker, estava em uma clinica. Parei de me drogar.
Ucker: o que quer? Que te dê os parabéns? –disse ironicamente, estava ressentido, por any ter posto em risco a vida de Dulce e de seu filho. No fundo sabia que fora um acidente como Dulce já lhe havia dito várias vezes, mas para ele era um acidente que poderia ter sido evitado.
Any: sei que ainda esta magoado com o que fiz. Foi um erro de minha parte eu admito, mas não pode seguir toda a vida me odiando por que você sabe, que se eu estivesse em minha plena consciência jamais haveria feito nenhum dano a eles.
Ucker: any não é tão simples esquecer.
Any: não preciso que esqueça. Só o que peço é uma oportunidade pra provar que mudei.
Ucker respirou profundamente tentando pensar com clareza. Não soube quanto tempo permaneceu naquele estado. Ele estava com a cabeça enterrada nas mãos e quando por fim conseguiu pensar em algo coerente e disse:
Ucker: tudo bem any. Terá essa chance que me pedes.
Os olhos de any se iluminaram ante a esperança de tudo voltar ao que era. Sua mente se embaralhou com milhões de pensamentos, e ficou sem saber o dizer, quando ouviram a porta abrir e momentos depois fechar-se.
Dulce apareceu na sala de estar, com Dylan nos braços, essa manhã havia voltado mais cedo o sol estava tão forte que logo se pôs cansada e não lhe pareceu bom continuar o passeio com uma criança ainda tão pequena. Quando pôs os olhos na sala de estar, se paralisou ante a emoção que sentia. No começo creia que tudo era sonho, mas any levantou-se e caminhou em direção a ela. Ucker também levantou-se e pegou Dylan no colo, decidiu sair e dar um pouco de privacidade as duas. Any seguiu ucker com os olhos enquanto se afastava. Quando ele saiu.
Any: Dul... –fora interrompida por Dulce que a abraçou forte, any não sabia o que dizer, mas afinal já não era preciso dizer mais nada. Já haviam se perdoado. O pedido fora feito pelos olhos e a aceitação pelo abraço. Afastaram-se e se entreolharam era tudo o que precisavam fazer, elas sentaram-se no sofá e any continuou. –Dul eu sabia que você não me abandonaria.
Dulce: nunca maninha. –com os olhos marejados e o coração batendo em um ritmo acelerado dentro do peito, Dulce sufocou o pranto que insistia em sair. Sentia tanta falta da irmã que todo o passado se tornara uma pagina virada em um livro. –sempre juntas.
Any: eu sei. Já teria desistido se o dinheiro que você me mandava não fosse uma prova real de você ainda acreditava em mim. –ao ouvir isso Dulce se pôs seria.
Dulce: dinheiro?
Any: céus! Não foi você?
Dulce: any do que você ta falando?
Any: não. Nada Dulce. Mas, diga-me como anda tudo? –ela preferiu mudar o tema da conversa, afinal esse mistério não era tão relevante naquele momento, finalmente havia conseguido o perdão de todos. O que mais lhe faltava? Ainda sentia um vazio por dentro. Por que não estava feliz por tudo estar novamente se reorganizando em sal vida? O que esta faltando? No fundo ela sabia a resposta. Poncho. Não! Tratou de afastar esses pensamentos de sua mente. Poncho era seu mundo, seu tudo, por isso o deixaria livre, para que ele encontrasse alguém que realmente o merecesse. Obrigou sua mente a se concentrar no Dulce estava lhe contando.
Any passara um dia agradável na casa de Dulce, apesar de ainda sentir um pouco de hostilidade por parte de ucker, sabia que ele estava se esforçando e que com o tempo tudo se poria melhor entre eles de novo. Também se apaixonara por Dylan, virou tia coruja de cara, era realmente uma criança encantadora. Possuía os olhos negros e a pele clara da mãe e os cabelos eram do pai. Dulce a recebia como se nada tivesse acontecido, conversavam e riam por tudo, uma terminava a frase da outra, era uma sintonia que haviam perdido há muito tempo e que agora voltaram a ter.
A noite caiu e any decidiu voltar para o hotel, recusara os pedido de Dulce de se hospedar em sua casa enquanto durasse sua permanecia em Nova Iorque.
ஐღ Any, anjo de cristal parte XIII ღஐ



Any anda sem rumo, e se depara frente a um bar, ainda era muito cedo, mas o bar já estava aberto, ela senta-se no balcão. Quando aparece o barman.
Any: um cuba libre, por favor. –sua voz saiu quase como um murmuro.
-não acha um pouco cedo para isso? Vamos fazer o seguinte, te preparei um aluá e você me conta o que aconteceu.
Any: e por que você acha que te contaria o que aconteceu?
-e por que não me contaria? Estamos aqui sozinhos, eu não te conheço e nem você me conhece. –any apoiou os braços no balcão.
Any: tem certeza que você esta querendo me convencer a te contar? –ele nada respondeu apenas a encarou com um sorriso. Então ela continuou. –são apenas problemas familiares. –desviando o olhar para um ponto qualquer.
-sei como é eu te entendo. –ele falou seriamente e para any, parecia realmente que ele sabia o que estava se passando com ela.
Any: e como você sabe? –indagou-o
-seu braço. –ele indicou-lhe o lugar com o olhar. Ela percebeu que dava pra ver as marcas da agulha cobriu rapidamente com o outro braço. –já passei por isso, corroem a sua vida até te deixarem somente a sombra do que você era.
Any: já... Passou... –ele apenas acenou que sim com a cabeça. –e como você... –ela falava fazendo breves pausas.
-parei? Não foi fácil, contei com o apoio de minha família. Agente nunca se cura completamente, temos que estar sempre em constante vigilância. –ele entrega o aluá e continua. –pense nisso, e peça ajuda.
Any: eu posso parar quando eu quiser. –disse um pouco insegura.
-você é quem sabe. Mas você é jovem tem toda uma vida pela frente, não jogue tudo isso pelo ralo. Eu usei pra esquecer meus problemas, mas eles sempre amanheciam comigo, e ao contrario eles só faziam crescer. Escuta o que eu to te dizendo.
Any: eu não preciso ouvir conselhos de um estranho! É melhor eu ir procurar um bar onde pelo menos sirvam o que agente pedem!
Ela sai furiosa, mas ao passar pela porta sentiu o real motivo que a levara ali, a imagem de Dulce reapareceu mais viva do que nunca em sua mente. Ela continuou caminhando absorta em seus pensamentos, sentia-se mais só do que nunca jamais havia se sentido. Algo a corroia por dentro, seu coração a chamava para a realidade, mas sua mente e seu corpo necessitavam fugir, ir para o inconsciente onde nada a afligia nada mais lhe importava. Depois daquilo Poncho não ia mais querer saber nada dela. Ela percebeu que havia jogado a única oportunidade de ser feliz ao lado da irmã e do homem que ama. Que a única barreira que havia entre eles era ela mesma. Revirou sua mente em busca do motivo de sua raiva de poncho, mas nada achou, ao contrario ele havia sido sempre perfeito com ela. Ele era um mercenário, mas talvez jamais a perdoasse pelo que ela havia feito. Por que sua vida havia tomado aquele rumo? Tudo poderia ser tão diferente.
Mas e se ainda houvesse um jeito? Sabia que ucker estava furioso com ela, fora isso que a motivara fugir, a raiva nos olhos dele a queimara, ele a condenara sem antes haver um julgamento, fora um acidente e somente ela e Dulce sabiam a verdade. E se Dulce estiver bem, ela contaria a verdade. Contaria?
Ela caminhou a passos largos a caminho da casa de poncho, como ela esperava, eles não estavam em casa. Deteve-se um instante a porta ao olhar o lugar onde Dulce havia caído, mas manteve esses pensamentos afastados. Tudo esta bem com ela e o bebê. Pensou. Procurou pela casa algum recado avisando-a em que hospital estariam, mas nada achou. Ela entrou no quarto de poncho, jamais entrara no quarto dele antes, não sabia o que a levava a entrar lá, mas algo a puxava, como um imã poderoso. Olhou o quarto de relance, sentia a enorme presença de poncho La dentro. Viu a porta entreaberta do closet e algo prateado refletia a luz do sol que entrava pela janela. Uma maleta prata, de executivo chamou-lhe a atenção, tomada pela curiosidade a abriu.
Any: o que?! De onde ele tirou isso!
Na maleta havia uma grande quantidade de heroína armazenada em pequenos frascos.
Any: “no que ele estava pensando para guardar uma coisa dessas aqui?” –Pensou.
Ela então se lembrou dos tempos em que ele era mercenário, quando matava suas vitimas injetando altas quantidades de heroína. “É bem mais discreto.” Ele dizia.
Ela olhou a maleta por mais algum tempo. “por que isso tem que ser tão difícil? Logo agora em que pensava em parar...” hesitou por um momento e depois não pensou mais. Pegou vários da maleta colocando-os na cama. Guardou a maleta. Os levou para seu quarto e voltou novamente para o lugar, queria ter certeza que não deixara nada fora do lugar. Quando saia esbarrou com poncho.
Poncho: o que fazia em meu quarto? –indagou seriamente. Não a queria em seu quarto, era um perigo tê-la tão perto de seu armário. Não sabia por que ainda guardava aquilo, o que sabia era que tinha que se livrar e logo.
Any: vim... Vim procurar um telefone. –disse insegura. Mas continuou. –pensei que aqui pudesse ter um. Sabia que nessa casa não têm nenhum telefone? –ela gesticulava bastante as mãos enquanto falava mostrando claros sinais de nervosismos. Ela tinha consciência dessa gafe, mas não conseguia evitar, a poncho também não passou despercebido.
Poncho: e seu celular?
Any: não o tenho mais. –poncho a olhou acusadoramente, ele sabia qual tinha sido o destino do celular, mas nada disse. Any esperava que ele dissesse algo, mas ele não fez menção de que falaria algo e ansiosa para mudar de assunto completou. –como estão Dulce e o bebê?
Poncho: se recuperando. –disse secamente. –por causa do acidente tiveram que fazer um parto prematuro e felizmente não aconteceu nada com o Dylan. –fez uma breve pausa. –eles vão embora any.
Any: o que? –foi tudo o que ela conseguiu dizer.
Poncho: assim que Dulce e Dylan receberem alta eles voltarão para Nova York. Dulce não quer ir, mas prefere não contrariá-lo. –poncho esperou um tempo até que ela pudesse absorver tudo e continuou. –e eu também vou embora.
Any: não poncho. –any sentiu uma forte dor no peito. “Não de novo!” não queria perdê-lo de novo. –Por quê? –sussurrou.
Poncho: todos ficamos ao seu lado any. Tentamos te ajudar, mas você não quer ajuda. Não posso continuar aqui e te ver se matando aos poucos e com isso me matando também. –ele a mirou com enorme tristeza nos olhos, esperava que ela o impedisse de ir, que lhe pedisse mais uma chance e a daria de bom grado quantas chances fossem necessárias, mas ela não o fez.
Poncho aproximou-se e a beijou em seu rosto. Sentiu-a estremecer com seu toque, mas novamente não tentou impedir-lo quando ele se afastou. –adeus any. –“meu amor” acrescentou mentalmente.

Any não soube como havia chegado a seu quarto. As lembranças de poncho lhe dando adeus rodeavam sua mente. Sua cabeça pesava como se fosse chumbo, deitou-se na cama, queria morrer naquele instante. Sentiu algo estranho sob o travesseiro e viu que eram os frascos de heroína. Olhou-os com asco, aquele líquido incolor arruinara sua vida. “uma última vez” pensou. Afinal o que ainda tinha a perder? Nada! Somente sua medíocre vida.
-não! –gritou jogando todos os frascos contra a parede. –por que tem que ser sempre eu a fraca? Não quero mais chorar! Não quero mais fugir!
Any passara uma noite terrível, por diversas vezes se arrependera de haver quebrado aqueles frascos, também havia quebrado os que ainda estavam no quarto de poncho. Revolvera-se na cama por toda a noite, pensando em como consertar o que ainda restava da sua vida.
Pensou muito antes de decidir se venderia seu apartamento para pagar uma clínica de reabilitação e quando saísse, poderia procurar um emprego e voltar para esta casa, isso se poncho não a expulsasse de La.
Ela saiu no dia seguinte decidida a mudar. Ela sabia nada voltaria a ser como antes, mas decidira salvar o pouco que ainda restava.
Foi primeiro a banco, tinha que reabrir sua conta uma vez que pensava em vender seu apartamento, tinha que ter a conta aberta. Surpreendeu-se ao saber que sua conta estava aberta q que havia uma alta quantia de dinheiro.
Any: quem fez o deposito? –perguntou a moça que lhe havia informando tudo.
-sinto muito, mas essa informação não a tenho, se preferir posso perguntar a meu superior.
Any: não. –respondeu com um doce sorriso no rosto. –não hace falta, creio que já imagino que seja. –Dulce. Sua irmã não havia abandonado. Ela já devia ter imaginado, quando criança por mais enfadada que Dulce estivesse, sempre que any precisava de algo, ela nunca negava.
Any saiu do banco com uma motivação a mais pra continuar com tudo o planejava. Dulce ainda acreditava nela. E será por ela, por sua irmã. E quando conseguisse autocontrole suficiente retornaria a sua vida.
Ela encheu a cabeça com esses pensamentos, não podia se permitir pensar em poncho. Ele a havia tirado de sua vida. “por um bom motivo” acreditava. Mas tinha que reconstruir sua vida antes que pudesse procurá-lo novamente. Tinha que merecê-lo e essa any a que era nesse momento não o merecia.

-ficará incomunicável por duas semanas, também não poderá sair. –dizia a enfermeira enquanto a guiava any a sua nova habitação, na clinica. –temos reuniões todos os dias as quatro da tarde, a rotina é rigorosa, se atrase para qualquer refeição e ficará sem comer até a próxima. Visitas estão proibidas até sua adaptação.
Any: quanto a isso não haverá problemas, ninguém virá por mim. –disse resignada, já sabia que ia ser difícil. Também não queria que a vissem até ela voltar a ser novamente a any que conheciam.
O quarto era bastante simples, possuía apenas uma cama, um criado mudo e uma cômoda. Havia uma porta que dava para um banheiro e da janela se via o jardim da clinica que ao mirá-lo naquele momento sentiu uma enorme paz de espírito. Sentiu-se bem, resolveu tomar um banho e ir para a reunião nesse mesmo dia.
Any escutou a historia de cada um dos presentes naquela sala. Todos possuíam algo em comum, todos haviam perdido amigos, amores, familiares por causa das drogas. Any se absorveu na historia de cada um, ela já havia sentindo na pele aquela dor da perda. A conselheira então pede que ela conte sua historia.
Any; não sei bem o que dizer. –disse se encolhendo de ombros.
-comece pelo fácil. Quando reconheceu que tinha um problema e precisava de ajuda? –perguntou a conselheira.
Any: quando não tinha mais nada. Perdi meus amigos, minha irmã e meu amor. Tudo foi muito duro pra mim.
-por que começou a usar drogas?
Any: queria fugir. –abaixou a mirada para o chão. Sentia vergonha do que estava admitindo.
-e adiantou?
Any: não. Cada vez ficava pior e as lembranças cada vez mais nítidas. Os problemas sempre amanheciam comigo e ficavam cada vez mais fortes.
-pensa em parar de usar por quê?
Any: quero voltar a ser quem eu era. Ter a minha família de volta que se resumem a minha irmã e meu sobrinho, ter o perdão do meu cunhado e ter de volta o homem que amo.
ஐღ Any, anjo de cristal parte XII ღஐ


Ela contemplava a casa quando foi interrompida.
Poncho: Dulce por que você e ucker não ficam aqui, até conseguirem um casa? A casa não é grande, mas tenho certeza que cabem todos.
Dulce: obrigada poncho, mas talvez ucker volte pro antigo departamento.
Any: por que algum problema?
Dulce: eu não sei bem ao certo, mas a permanência dele aqui dependia do caso daquele assassinato... –ela parou, pois achou melhor não pronunciar o nome de Rodrigo na frente de any, pelo menos não até que ela tenha superado tudo. Pensou.
Poncho: de todos modos. –ele a interrompeu, pois entendeu a brusca pausa. Continuou. –aqui é bem mais confortável que um quarto de hotel. E vai ser bom você ficar perto da any.
Any: por que não para de me tratar como se eu estivesse aqui? Já que eu estou sendo obrigada a ficar aqui, onde é meu quarto?
Poncho: subindo as escadas no final do corredor a primeira porta a direita.
Any: ótimo eu vou me arrumar. Preciso sair.
Poncho: o único canto pra onde você vai é a cama.
Any: eu suponho que seja para a sua? –disse com um sorriso sínico no rosto.
Poncho: a principio eu imaginei a sua, mas se você quiser a minha as portas estão abertas. –disse ironicamente.
Any: GROSSO! –ela subiu as escadas correndo. Como eu o odeio. Pensou. Por que ele não me apóia na única coisa que realmente esta me ajudando. Ela fechou a porta rispidamente na esperança de que fosse ouvido.
Dulce: eu não a conheço mais. –disse com lagrimas nos olhos. –any era tão calma, ta sensata, e agora ela se irrita ate com motivos banais.
Poncho: fica calma dul ela vai superar isso, você vai ver. –ele aproximasse dela e lhe segura os ombros. –Ela vai precisar de todo o nosso apoio quando for pra clinica de reabilitação.
Dulce: o que? –ela olhou-o incrédula.
Poncho: é o único meio. Ela não vai conseguir sozinha. –disse calmamente.
Dulce: mas ela pode parar quando quiser, ela disse que podia, se agente...
Poncho: não dul. –a interrompeu. –as coisas não são assim tão simples.
Dulce: ela vai conseguir... Dê-lhe um tempo. –suplicou.
Poncho: duas semanas. Se ela ficar limpa por duas semanas eu desisto de levá-la.
Any: Eu preciso sair daqui. –ela andava impaciente pelo quarto. Eu preciso de uma dose logo. –sua respiração estava ofegante, e ficava mais nervosa a cada segundo. –como eu vou sair daqui?
Pegou o celular rapidamente e discou alguns números, e esperou que atendessem.
Any: Julia? –Julia é estagiaria na empresa de Rodrigo, ela era o que Anahí tinha de mais próxima de amiga La na empresa. –Julia, necessito de sua ajuda. Eu só preciso de uma carona anota o endereço de onde estou. –desligou o telefone. Agora como vou sair daqui sem Dulce e poncho vejam? Pensa any! Pensa! Dizia consigo mesma. Olhou rapidamente pelo quarto e fixou seu olhar na cama. –isso é ridículo, mas... Momentos desesperados pedem medidas desesperadas.
Puxou os lençóis da cama e fez uma Tereza com eles, jogou-a pela janela e começou a descer com dificuldades, mas um dos nós afrouxou-se e ela caiu em cima de uma roseira. Que droga. Pensou. Se Dulce e poncho não escutaram a queda escutaram meu grito. Levantou-se rapidamente e saiu correndo em direção a rua, sem importar-se com os cortes sofrera nos braços por conta dos espinhos, por sorte a calça jeans que usava protegeu suas pernas. Logo avistou o carro de Julia que esperava na esquina conforme any a orientara que fizesse. Ignorou as perguntas da jovem sobre a urgência com que a chamara e os cortes que trazia em seus braços, indo durante todo o trajeto calada falando apenas para dar as instruções de para aonde seguir.
Passado algum tempo Julia dera-se conta que estavam seguindo para a parte mais violenta da cidade.
Julia: any... Pra onde estamos indo?
Julia estava realmente com medo, aquela não era nem de longe a any que conhecia e admirava. Any também não sabia pra onde exatamente estava indo, não sabia onde iria comprar a droga, mas tinha que conseguir, cada célula do seu corpo exigia por isso, mais, sempre mais.
Any: pode me deixar aqui Julia. –falou rispidamente. –você já pode ir, obrigada.
Julia: você ta louca? Como quer que eu te deixe aqui?! –olhou-a com incredulidade. –any entra no carro e vamos voltar. –mas any já estava longe, seguia sem olhar pra trás onde a amiga continuava a chamar com lamúria.

Dulce e poncho estavam ainda conversando, quando escutaram um grito e uma barulho vindo do jardim do lado lateral da casa.
Poncho: ANY! –disse quase gritando, sem esconder a raiva que havia em sua voz.
Dulce: você acha que ela... –ela não terminou a frase quando poncho já corria para a frente da casa, quando viu any correndo rua a baixo, Dulce fez menção em segui-la mas poncho a deteve, segurando-lhe pelo braço.
Poncho: vê o que eu digo? Duas semanas Dulce e você verá o estrago que causará a si mesma.
Any não precisou andar muito quando viu vários jovens a porta de uma boate, que estavam com alguns cachimbos, mesmo achando arriscado, decidiu ir falar com eles, mesmo sem saber exatamente o que.
-olha só! O que a princesinha esta fazendo por essas bandas da cidade? Ta sozinha. –disse um dos homens, com um sorriso no rosto que expressava claramente malícia.
Any: eu... –ela estava visivelmente nervosa, queria sair correndo dali, mas não podia, tinha que continuar. Olhou para o cigarro que um deles estava fumando, e assustou-se quando um homem sério, de aparência não muito amigável falou.
-A boyzinha ta atrás de um bagulho?
Any: heroína. –disse a duras penas, lutando pra que a voz não falha-se.
-a mina tem bom gosto, é 350 R$ a grama.
Any: o que?! –ela assustou-se com o preço, quando viera com Julia passara antes no banco e esvaziara sua conta, mas tudo o que tinha eram Cinco mil. –tenho cinco mil. –disse finalmente.
-pois bem. –sorriu. Tornando as feições do rosto mais grotescas. –oito gramas.
Any: e se eu der o meu celular também? –mostrando o aparelho.
-posso arredondar pros nove.
Any assentiu com a cabeça, e o homem com falara fez sinal a um outro rapaz que estava a escutar a conversa. O jovem saiu regressando em seguida.
Dulce estava muito nervosa, já passava da meia-noite e any ainda não voltara. Ucker já havia voltado do trabalho. Estavam todos na sala quando de Any entra pela porta da frente. Dulce corre em sua direção.
Dulce: Any! Você ta bem?
Any: ai dul me deixa! –afastando-se dela rapidamente. Poncho a puxa pelo braço e a leva até um canto da sala e fala baixo para que não o escutem.
Poncho: você passou dos limites voltando pra casa nesse estado. –disse apertando com força o pulso dela. –não vê que Dulce não pode ficar se preocupando de mais?
Any: então me devolva à chave de meu apartamento e eu volto com prazer para a minha casa. –poncho tenta se acalmar sabia que aquele não era o jeito correto de se lidar com aquela situação.
Poncho: any, você sabe o que vai acontecer com você se não parar logo de se fazer de vitima e reconhecer que tem um problema. –ele segura o rosto dela aproximando-o do dele. –por que meu amor, por que você faz isso? –ela se afasta bruscamente dele. E fala alto para que Dulce e ucker escutem.
Any: porque essa foi à única coisa que me fez esquecer o que Rodrigo me fez! O que o seu marido me fez! Não a um dia em minha vida, em que essas cenas não se passem por minha cabeça. –ela fala sem força. –e isso ta me matando por dentro. –ela passa os braços em volta do corpo, como se quisesse se proteger de algo. Poncho se aproxima, e a abraça por trás.
Poncho: nós sabemos meu amor. –mas ela o rechaça novamente.
Any: NÃO! Vocês não sabem o que se sentir um lixo, por que se soubessem não me negariam a única coisa que faz esquecer, a única coisa que me faz ser eu mesma!
Poncho: a então essa é você?
Any: sim! Essa sou ok! E se não gosta eu vou embora! –todos ficam em silencio. E Any continua. –quer saber, já ta na minha hora. Eu vou dormir. –e sobe para o quarto.
Dulce: eu nunca imaginei que a any se sentisse assim. –disse tristemente.
Poncho: essa não é ela.
Ucker: não, não é. Mas eu não quero você mais perto dela dul. –seu tom era seco. Ainda se lembrava do que any disse, sobre ele, talvez any tivesse razão e fosse melhor se ele se afastasse até essa nuvem passar. Pensou.
Dulce: mas ela minha irmã...
Poncho: ucker tem razão dul.
Ucker: amanhã mesmo, vamos embora.
No dia seguinte, Dulce já estava pronta pra ir embora, mas sabia que não conseguiria ir sem se despedir de any, enquanto poncho e ucker, arrumavam tudo no carro ela foi até o quarto dela e quando ia bater, any abriu a porta, estava arrumada para sair.
Dulce: pra onde você vai?
Any: não comece! Ainda é cedo! –any caminhou para as escadas.
Dulce: espera any, eu tenho que falar com você, é sério, por favor, me escuta. –ela foi em direção a any, que a esperava no meio das escadas.
Any: Dulce não adianta você não vai conseguir me fazer parar. Embora isso não seja de seu interesse, já que eu vou ficar aqui, vou vender meu apartamento. –ela já ia descendo quando Dulce a puxa pelo braço.
Dulce: e o que você vai fazer com o dinheiro? –any olha com desprezo para o braço que Dulce segurava e volta a olhá-la nos olhos.
Any: isso não te interessa! –puxando bruscamente o braço e tentou continuar a descer quando Dulce a segurava de novo.
Dulce: espera any! –any tenta se soltar, mas Dulce a Segura com mais força, e com intenção de se libertar ela a empurra com força, Dulce perde o equilíbrio e rola escada a baixo ficando inconsciente.
Poncho e ucker escutam os gritos e correm para dentro de casa, ao entrarem se deparam com Dulce desacordada ao pé da escada e any sentada mais acima olhando-a, em seu rosto havia uma mescla de horror e medo. Ao vê-los any correu porta a fora, a imagem de sua irmã caída, passava como um filme em sua cabeça.
Any: meu deus! Eu a matei! O que eu fiz?!