quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O natal de Anahí - IV



— Alfonso gosta de você. –Christopher disse em uma pausa de suas inumeras ligações para uns conhecidos tentando conseguir o fornecimentos de diversos ingredientes para o novo cardápio.
—Tanto quanto se pode gostar da irmã mais nova irritante de seu amigo. –Disse ela tristonha.
Pelo menos era assim que ele a via antigamente. Anahí pensou com melancolia, relembrando a epoca em que conheceu Alfonso. Ela tinha 15 anos e já o admirava, não perdendo um dia de seu programa televisivo: “Alfonso Herrera: Sem Reservas”. Sempre a fascinara o modo como ele dominava a cozinha e tudo a sua volta, era carismático e dinamico. Ela o adorava.
Quase caira para trás quando o marido da sua irmã, Derek, trouxera para jantar um antigo amigo de colegio. O famoso Alfonso Herrera.  Para anahí, foi amor a primeira vista. Alfonso, naquela época com vinte anos, não lhe dera muito mais antenção do que a que se dá uma criança.
Quando Derek morreu, vitima de um acidente de carro causado por um motorista alcoolizado, Alfonso se aproximou mais de Maite, tentando confortá-la e ajudando com o resturante. Tudo ia bem, até a fatidica festa de dezoito anos de Anahí. Muitos dos amigos dela haviam ido ao restaurante festejar seu aniversário e ela estava radiante porque Alfonso também estava lá, nem tão feliz e nem tão brincalhão como ela esperava, mas estava lá.
Ele estava só, em pé em um canto afastado da multidão, pensativo. Anahí pensou que ele parecia carregar o peso do mundo nas costas, e depois de ter bebido bem mais do que ela gostaria de admitir, Anahí se aproximou dele e beijou-lhe.
No começo não passou de um inocente selinho. Tudo que ela queria era alegrá-lo. Será que ele não percebia que se ele ficasse triste, ela também ficava? Aquele era o aniversario dela, ele não podia ficar daquele jeito. Antes que ela pudesse perceber o que estava fazendo, Anahí começou a beijá-lo de verdade e por uma fração de segundo, sentiu que ele a correspondia, mas ele a afastou com um gesto brusco e a olhou horrorizado. E para coroar a humilhação ela percebeu que todos da festa haviam visto como ela se atirara para ele e como ele a rejeitara. Anahí nunca se sentira tão humilhada em toda a sua vida.
A muito tempo ela não se permitia pensar nessas lembranças dolorosas. Talvez, Anahí pensou, ela fosse uma masoquista.
—Ei! Eu estou falando com você! –Leslie aproximara o rosto a dez centimentros do meu. Tomando um susto, Anahí caira da cadeira, batendo a cabeça com força no chão.
Ainda vendo um monte de estrelas piscando a sua volta, christopher a ajudou a levantar-se e lhe entregou um saco com gelo para por na cabeça. Leslie falava alguma coisa agitada, piorando a dor de cabeça que Anahí sentia e ela concordou com seja lá o que for que a garota tagarelava, simplesmente para poder se ver livre dela.
—Foi um baita tombo. –Christopher disse de longe, olhando para a porta em que Leslie acabara de sair. –Escuta... Você têm certeza disso?
­—De que? –Perguntou vendo a cara preocupada dele.
—De deixar a Leslie ir comprar os enfeites de natal.
—Do que você está falando? Temos caixas e mais caixas de enfeites.
—É... –Christopher fez uma careta. –Eu imaginei que você não ouviu o que ela falou. –Agora Anahí começou a se preocupar. –Christian quebrou o tronco da árvore enquanto tentava montá-la, e Dulce abriu todas as caixas, todos os enfeites estam estragados, ao que parecem foram ratos. Eles vinham te contar isso quando Leslie viu e veio lhe pedir para ela ir comprar as coisas.
Anahí achou que a pancada estava começando a afetar seu cerebro ou christopher estava fazendo uma piada de mal gosto com ela. Era impossivel. Ela jamais encarregaria leslie de ir comprar os enfeites de natal, na verdade, ela jamais encarregaria Leslie de fazer nada.