quinta-feira, 2 de julho de 2009

Sonhos de um anoitecer - capitulo 1 -parte 3


Todos assentiram e seguiram caminho à casa de Maite, uma bela mansão nas proximidades do Central Park. Maite adquiriu uma imensa fortuna ao longo dos séculos, mas apesar de suas origens e de suas posses, mantinha um gosto simples, apesar de algumas vezes ela exagerar quando a palavra é conforto. Em todos os quartos tinham enormes camas com dosséis, o que para Alfonso era um enorme exagero, sem contar as banheiras que mais pareciam piscinas. Chegaram a casa já quase ao amanhecer, Alfonso entrou no primeiro quarto que encontrou e se jogou na cama assim como estava, pressentia que cansado como estava, este dia não ia ter forças nem mesmo para sonhar, mas errara.
Ela estava deitada no chão, ainda com uma venda nos olhos, mas não tinha mais forças, estava exausta, todo seu corpo doía e seu braço queimava como fogo. Ele estava lá a observando, mas dessa vez tinha mais alguém com ele. E pela primeira vez ela escutou suas vozes.
- como ela esta?
- fraca, mas consciente.
- ótimo.
Depois disso eles saíram e trancaram a porta, a lançando novamente num silêncio profundo. Entorpecida demais pra falar, e até mesmo pensar. Tentou dormir, com o rosto encostado no chão e seus braços presos as costas. A muito tempo já não sabia mais o que era dormir confortavelmente. Mas logo encontrou a paz do sono.
Alfonso abriu os olhos, esse malditos pesadelos! Olhou para o rádio-relógio que ficava no criado mudo ao lado de sua cama. Ainda eram quatro e meia, a cada dia dormia menos. Sentia-se exausto, tentou dormir mais pouco, mas não conseguiu pregar o olho, levantou-se e vagou pela casa, todas as cortinas estavam fechadas, tudo estava na mais completa penumbra, isso não era problema, pois ele enxergava perfeitamente bem no escuro.
Acomodou-se no sofá da sala e ligou a TV, estava com fome, ou melhor dizendo sede, mas teria que esperar o sol se pôr pra ir até sua casa. O que o fez lembrar que seu estoque de sangue já estava quase acabando, ia ter que fazer uma “visitinha” ao hospital mais próximo.